Pejotização: modelo de autonomia ou fraude trabalhista?

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A pejotização, contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas em vez de empregados com carteira assinada, ganhou força no Brasil nos últimos anos e hoje movimenta um intenso debate jurídico, econômico e social. Para uns, representa modernização das relações de trabalho; para outros, significa precarização e fraude contra os direitos garantidos pela CLT.

Dados do IBGE mostram que os trabalhadores autônomos com CNPJ dobraram entre 2012 e 2024, passando de 3,3% para 6,5% da força de trabalho, cerca de 7 milhões de pessoas. Mas estudos do Ministério do Trabalho revelam que mais da metade das pejotizações identificadas entre 2022 e 2024 envolveram trabalhadores que recebem até R$ 2 mil, em funções como vendedores, garçons, atendentes de telemarketing e trabalhadores da construção civil.

O tema está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve fixar parâmetros definitivos sobre a legalidade desse tipo de contratação. Além disso, o Senado prepara sessões temáticas para discutir os impactos da prática e possíveis regulamentações.

Pontos importantes para entender o debate sobre pejotização

• O que é? → Quando o trabalhador abre uma empresa (PJ) para prestar serviços, sem vínculo formal pela CLT.

• Por que preocupa? → Muitos trabalhadores “pejotizados” atuam como verdadeiros empregados, mas sem carteira assinada, sem férias, 13º salário, FGTS ou licença-maternidade.

• Dados recentes → Mais de 4,8 milhões de trabalhadores migraram do regime celetista para pessoa jurídica entre 2022 e 2024.

• Impacto social → Além de reduzir direitos, a pejotização irregular diminui a arrecadação da Previdência e compromete políticas públicas financiadas pelo FGTS.

• Visão do STF → Processos sobre o tema estão suspensos até julgamento definitivo do Plenário, marcado para setembro.

• No Congresso → Projeto de Lei 1.675/2025, apresentado no Senado, busca criar regras claras para diferenciar a pejotização legítima da fraudulenta.

O futuro da pejotização no Brasil está diretamente ligado à decisão do STF e ao andamento dos debates no Congresso Nacional. Enquanto isso, milhões de trabalhadores vivem na incerteza entre a autonomia prometida e a perda de direitos básicos garantidos pela CLT. 

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