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A ausência do trabalho sem justificativa pode gerar muitas dúvidas e preocupações para o empregado, especialmente quando se trata da possibilidade de demissão por justa causa.
Se você faltou dois dias seguidos no trabalho e está preocupado com as consequências, este artigo é para você. Vamos explorar os aspectos legais e práticos envolvendo faltas no trabalho e a possibilidade de demissão por justa causa no Brasil.
O que diz a legislação?
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a demissão por justa causa é a penalidade máxima que pode ser aplicada ao empregado, reservada para casos de falta grave. A CLT elenca os motivos que podem levar à demissão por justa causa, incluindo atos de improbidade, incontinência de conduta, negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, condenação criminal do empregado, entre outros.
A ausência injustificada do trabalho pode configurar motivo para justa causa, especialmente se caracterizar abandono de emprego. No entanto, a legislação brasileira estabelece que para configurar abandono de emprego é necessário um período de ausência superior a 30 dias consecutivos. Portanto, faltar dois dias seguidos no trabalho, por si só, não configura abandono de emprego nem justifica a demissão por justa causa.
Importância da Comunicação e Justificativa
Embora faltar dois dias seguidos no trabalho não seja motivo imediato para justa causa, é fundamental comunicar e justificar suas ausências ao empregador. A justificativa pode ser feita por meio de atestados médicos, declarações, ou qualquer outro documento que comprove o motivo da falta. A comunicação transparente pode evitar mal-entendidos e demonstra a boa-fé do empregado.
Consequências das faltas no trabalho
Mesmo que a ausência de dois dias não leve à demissão por justa causa, ela pode ter outras consequências, como desconto dos dias não trabalhados no salário, perda da remuneração do repouso semanal remunerado se a falta ocorrer no dia imediatamente anterior ou posterior ao descanso, e impacto em benefícios vinculados à assiduidade, como bonificações e promoções.
Direitos e Deveres do Empregado
O empregado tem o direito de faltar ao trabalho em algumas situações previstas em lei, como licença-maternidade, casamento, falecimento de familiar próximo, doação de sangue, entre outras, sem prejuízo do salário. Conhecer seus direitos e deveres é fundamental para evitar conflitos desnecessários e garantir a proteção de suas garantias trabalhistas.
Recomendações
- Comunique-se: Sempre informe ao seu empregador, preferencialmente com antecedência, sobre qualquer ausência, fornecendo justificativas e documentos quando necessário.
- Conheça seus direitos: Esteja ciente das situações previstas em lei que protegem o empregado contra descontos salariais ou demissões por faltas justificadas.
- Documente: Guarde cópias de todos os documentos que comprovem as razões de suas faltas, como atestados médicos e declarações.
Faltar dois dias seguidos no trabalho, sem uma justificativa, pode trazer preocupações, mas não é motivo suficiente para uma demissão por justa causa, de acordo com a legislação trabalhista brasileira.
A chave para evitar complicações é a comunicação efetiva com o empregador e o conhecimento dos seus direitos e deveres. Em caso de dúvidas ou conflitos, buscar orientação jurídica pode ser uma medida prudente.
Lembre-se, a legislação trabalhista existe para proteger tanto o empregado quanto o empregador, e conhecer a lei é o primeiro passo para garantir seus direitos.
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Mestre em Direito; Professor; Advogado; Especialista em relações trabalhistas desde 2013. É fundador e CEO do Portal Direito do Empregado que conta com milhões de seguidores nas redes sociais.
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