Se Gusttavo Lima fosse empregado, poderia levar uma justa causa por ser preso?

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Recentemente, a justiça brasileira decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima. O que aconteceria se ele fosse empregado? Poderia ser demitido por justa causa imediatamente? Vamos explorar como a legislação trabalhista lida com essa questão.

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Gusttavo Lima preso: justa causa seria imediata?

Antes de mais nada, é importante esclarecer que, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o simples fato de ser preso não é motivo automático para a aplicação de uma demissão por justa causa. Empregados que são presos não podem ser dispensados por justa causa de imediato. Para que isso ocorra, é necessário que a prisão resulte em uma condenação penal definitiva, ou seja, quando a sentença penal condenatória transita em julgado, e não cabe mais recurso.

Sentença penal condenatória: o que significa?

No direito penal, uma sentença penal condenatória transitada em julgado é aquela que, após o julgamento em todas as instâncias possíveis, não admite mais apelação ou recurso. Somente após essa etapa, é que o empregador pode, de fato, aplicar a justa causa com base no artigo 482, alínea “d” da CLT, que trata da condenação criminal do empregado.

Portanto, no caso de um empregado ser preso, o empregador não pode simplesmente demiti-lo por justa causa de forma imediata. É necessário aguardar o desfecho do processo judicial, até que haja uma condenação definitiva. E isso pode demorar meses, ou até anos, dependendo da complexidade do caso.

O que acontece durante o processo judicial?

Durante o período de prisão preventiva ou temporária, ou enquanto o empregado aguarda julgamento, o contrato de trabalho não é automaticamente rompido. No entanto, o empregador pode suspender o contrato de trabalho durante o período de reclusão, uma vez que o empregado não poderá cumprir suas obrigações laborais. Nesse caso, o contrato permanece “suspenso”, sem remuneração, até que se resolva a situação judicial.

Prisão por dívida ou outros casos que não resultam em justa causa

Outro ponto importante a destacar é que não são todas as prisões que resultam em justa causa. Por exemplo, prisão por dívida civil, como o não pagamento de pensão alimentícia, não justifica uma demissão por justa causa. Nesse caso, o contrato de trabalho também pode ser suspenso, mas o empregado não perderá o vínculo de emprego de imediato.

O impacto de uma condenação penal no ambiente de trabalho

Se Gusttavo Lima, ou qualquer outro empregado, fosse condenado de forma definitiva por um crime grave, isso certamente impactaria seu contrato de trabalho. Em casos onde o crime afeta a confiança necessária entre empregador e empregado, como em crimes de fraude, roubo ou desvios éticos, a justa causa se torna uma medida válida para encerrar o vínculo.

Conclusão: Gusttavo Lima poderia ser demitido por justa causa se fosse preso?

No caso de uma prisão, a resposta depende de muitos fatores. Em um primeiro momento, não, Gusttavo Lima ou qualquer outro empregado não pode ser demitido por justa causa por ser preso. A legislação trabalhista é clara: para uma justa causa ser aplicada, é necessário haver uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Enquanto isso não acontece, o contrato de trabalho pode ser suspenso, mas a demissão por justa causa só ocorrerá se a condenação for definitiva e, em muitos casos, relacionada à função desempenhada no emprego.

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