Ações trabalhistas crescem e cessão de crédito ganha força entre empregados

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O número de ações trabalhistas no Brasil voltou a crescer de forma expressiva. Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, entre janeiro e junho de 2025 foram registradas 1,87 milhão de novas ações na primeira instância, um aumento de 7,8% em relação ao mesmo período de 2024. A projeção é de que o ano feche com 2,3 milhões de processos, o maior volume desde a reforma trabalhista de 2017.

Esse aumento pode trazer impactos diretos para os trabalhadores que aguardam a liberação de valores. Hoje, o tempo médio de tramitação de um processo trabalhista é de cinco anos, podendo se estender por até oito anos quando há recursos.

Especialistas apontam alguns fatores que podem justificar esse crescimento:

• Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021, que derrubou a regra de cobrança de honorários de sucumbência de trabalhadores de baixa renda;

• Reaquecimento do setor de serviços, responsável por 26,6% dos novos processos;

• Cenário econômico, com juros altos e dificuldades pós-pandemia.

Com mais de 10,1 milhões de processos trabalhistas ativos, que somam mais de R$ 1 trilhão em pedidos de indenização, a cessão de crédito judicial surge como uma alternativa para quem não pode esperar anos até o fim da disputa judicial.

Prevista no artigo 286 do Código Civil, nessa modalidade, o trabalhador pode vender os créditos de seu processo e receber parte do valor de forma antecipada.

Como funciona:

• Só é possível em ações já ganhas em segunda instância;

• Empresas especializadas compram os créditos de processos contra empregadores de médio e grande porte;

• O trabalhador pode receber até 80% do valor líquido a que tem direito, em até 24 horas após a assinatura do contrato;

• A negociação é feita de forma 100% online.

Além da rapidez, a cessão de crédito protege o trabalhador de riscos como a falência da empresa condenada, que poderia inviabilizar o pagamento.

Segundo relatos de empresas do setor, os trabalhadores costumam usar os valores para quitar dívidas, custear tratamentos de saúde, investir em pequenos negócios, garantir despesas básicas de moradia e alimentação.

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