Muitas pessoas têm muitas dúvidas na hora de pedir demissão, seja por um problema pessoal na empresa em que trabalha ou simplesmente pelo fato de não mais estar satisfeito com o cargo ocupado.
Nesses casos, ou em situações semelhantes, o mais importante é saber a hora certa de tomar a decisão. Ou seja, caso você tenha qualquer dúvida, não defina seu futuro na empresa de forma precipitada, pois é sua carreira que “está em jogo”.
Após refletir sobre o pedido de demissão e chegar à conclusão de que é, de fato, a hora certa de sair da empresa, existem alguns pontos que devem ser lembrados nesse momento para que você não prejudique sua imagem frente à empresa, bem como ao mercado de trabalho como um todo.
A dica mais importante, sem dúvidas, é a de que você deve informar sua decisão, primeiramente, ao seu superior hierárquico imediato, seu chefe. Ficar conversando com outros colegas de trabalho sobre isso e o seu chefe ser o último a saber, ou ficar sabendo por alguém que não seja você, pode dar uma ideia de imaturidade, o que não é bom para o seu currículo. Afinal, não podemos esquecer que o mercado se comunica e seu chefe de hoje pode conhecer seu chefe de amanhã.
Ao conversar com seu superior sobre a saída da empresa, tente fazer de forma simples e objetiva, num momento propício para tal. Falar com ele no meio do expediente, entre as tarefas desempenhadas ou nos corredores da empresa, talvez não seja o melhor. Procure-o num momento mais tranquilo, quando vocês puderem conversar sem serem interrompidos.
Durante a conversa, lembre-se de que, ao informar sobre a sua demissão, poderá surgir uma contraproposta. Nesse caso, a menos que a proposta oferecida seja irrecusável, você não é obrigado a responder imediatamente, pois deverá ter tempo para ponderar as duas propostas e decidir qual a melhor para sua carreira.
Além disso, evite “lavar a roupa suja” na hora da conversa. Como já falamos, seja simples e objetivo. Caso você não tenha uma boa relação com o seu chefe, seja ainda mais sucinto e nunca exponha que o motivo que lhe fez pedir demissão foi a pessoa dele. Caso seja perguntado, exponha seus motivos sem personaliza-los. Fale o quanto a empresa não está atendendo às suas expectativas ou que não vê possibilidade de crescimento lá dentro.
Nessa hora, seu chefe pode não receber a notícia de forma pacífica e, se isso acontecer, não perca a calma. Deixe para falar em um momento mais adequado ou, se for realmente impossível chegarem a um denominador comum, repasse às informações ao RH e formalize seu pedido de demissão por lá.
É conveniente, ainda, cumprir suas metas dentro da empresa até sua saída e não deixar seu chefe e colegas “na mão”. Dessa forma, combine um prazo razoável para sair da empresa, de forma que atenda ambos os interesses. Caso o motivo da saída seja a proposta de um novo emprego, converse também com a nova empresa sobre esse prazo, informando que não pode desassistir seus colegas. Isso irá repercutir de forma positiva, pois demonstra responsabilidade, consideração e companheirismo, predicados indispensáveis a um bom funcionário.
Caso você prefira, faça uma lista do que ainda está pendente e cumpra as metas estabelecidas, mas nunca deixe de cumprir o que lhe foi designado.
Após a conversa com o chefe e a resolução da situação, formalize seu pedido de demissão. Não precisa ser detalhado. Assim como a informação, a formalização também deve ser prática. Caso ainda tenha algo a receber, a exemplo de bônus, também deixe documentado através de e-mail, pois isso gera a garantia de que, caso a empresa não cumpra suas obrigações, você poderá buscar seus direitos de forma segura.
Você não precisa dizer para onde vai, nem muito menos deve ficar falando mal da empresa onde trabalhou, o que seria antiético da sua parte e poderia causar algum dano à sua imagem.
O pedido de demissão é o fechamento de um ciclo. Seja cordial e elegante. Agradeça pela oportunidade e coloque-se sempre à disposição, pois é muito importante lembrar: melhor do que entrar bem numa empresa, é sair bem dela. Dessa forma, as portas estarão sempre abertas para um possível retorno, bem como sua reputação estará intacta no mercado de trabalho.
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Mestre em Direito; Professor; Advogado; Especialista em relações trabalhistas desde 2013. É fundador e CEO do Portal Direito do Empregado que conta com milhões de seguidores nas redes sociais.