5 empregados que não podem ser demitidos sem justa causa

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

A lei trabalhista brasileira possui vários casos em que empregados, devido a uma condição externa ao contrato de trabalho, passam a ter estabilidade provisória no emprego. Isso significa que esses empregados não podem, de maneira alguma, ser dispensados do emprego sem justa causa até que acabe o período de estabilidade.

Hoje, listaremos 5 tipos de empregados que não podem ser demitidos sem justa causa pelo fato de possuírem estabilidade provisória no emprego:

Material 100% atualizado

1) Dirigente sindical

O Dirigente Sindical, entendido como aquele que ocupa cargo de direção ou representação de entidade sindical ou associação profissional, possui estabilidade provisória no emprego.

A estabilidade do dirigente vai desde o momento do registro da sua candidatura até 1 ano após o final do seu mandato, inclusive se o empregado ocupar vaga de suplente.

É o que podemos observar no disposto no Artigo 543, §3º da CLT:

§ 3º – Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação;

Dessa maneira, o dirigente sindical possui estabilidade provisória no emprego.

Só pode haver a dispensa do dirigente sindical após a existência de um prévio Inquérito para Apuração de Falta Grave.

2) Empregada grávida

Sem dúvidas, uma das estabilidades provisórias mais conhecidas pelos empregados e empregadas é a estabilidade da gestante no trabalho.

A empregada grávida, em qualquer momento da relação de emprego, inclusive no contrato de experiência e durante o aviso prévio, possui estabilidade provisória no emprego.

O período de estabilidade vai desde o momento da confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

Com isso, o legislador brasileiro tratou de proteger a maternidade, evitando a dispensa sem justa causa da empregada gestante por parte das empresas.

A base legal dessa estabilidade provisória pode ser encontrada no artigo 10, 2, b do ADCT:

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Por isso, a empregada gestante só poderá ser dispensada do trabalho por justa causa, caso cometa alguma falta grave durante o período de estabilidade provisória.

3) Empregado que sofreu acidente de trabalho

Infelizmente, os acidentes fazem parte da vida de trabalhadores que prestam as mais diversas funções em qualquer empresa do mercado.

O legislador brasileiro protegeu o empregado que sofre acidente de trabalho lhe garantindo estabilidade provisória no emprego de 12 meses após a cessação do auxílio doença acidentário.

Para ter o direito a estabilidade, o empregado que sofrer acidente de trabalho precisa ficar mais de 15 dias afastado do emprego e receber auxílio doença acidentário.

Cumpridos esses requisitos, o empregado possui estabilidade de 12 meses após o retorno ao trabalho.

A base legal para a garantia provisória de emprego do acidentado do trabalho pode ser encontrada no artigo 118 da lei 8213/91:

Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Importante salientar que a estabilidade provisória no emprego é concedida apenas para acidentes do trabalho.

O empregado que sofre um acidente comum durante a relação de emprego não possui qualquer tipo de estabilidade

4) Representante dos empregados na CIPA

Os representantes dos empregados na CIPA também possuem estabilidade provisória no emprego, desde o momento do registro da sua candidatura até 1 ano após o término do mandato caso sejam eleitos.

Importante salientar que os suplentes representantes dos empregados na CIPA também gozam dessa estabilidade provisória no emprego.

A base legal para a estabilidade dos CIPEIROS em questão pode ser encontrada no Artigo 10, II, a do ADCT:

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:

II – fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

No entanto, em caso de cometimento de falta grave, não se exige um Inquérito de Apuração de Falta Grave, podendo o cipeiro ser demitido por justa causa.

5) Membros da comissão de conciliação prévia (representantes dos empregados)

O empregado membro de comissão de conciliação prévia representantes dos empregados, titulares e suplentes, possuem estabilidade provisória no emprego desde o momento do registro da candidatura até 1 ano após o término do mandato.

A base legal dessa estabilidade provisória pode ser encontrada no Artigo 625-B, §1º da CLT:

  Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:   (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)

I – a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio, secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional;

II – haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares;

III – o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução.

§ 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei

Deve-se salientar, no entanto, que caso ocorra o cometimento de falta grave o cipeiro poderá vir a ser dispensado por justa causa, nos termos da lei.

Agora que você viu 5 empregados que não podem ser demitidos sem justa causa, dá uma olhada nesses 10 direitos que todo empregado tem e você já deveria saber.

Quer receber conteúdos sempre em primeira mão? Entre agora no nosso canal do Whatsapp, clicando aqui.

você pode gostar também
6 Comentários
  1. Amanda Cristina Evaristo da Silveira Diz

    Meu marido foi mandado embora da firma véspera da eleição da CIPA. Oq acontece. É os colegas de trabalho tbem foi mandado embora no dia da eleição.

  2. Ale Martins Diz

    Olá.Boa noite! Tenho dúvidas sobre acidente de trabalho.Meu funcionário se acidentou em Setembro 2013,em Setembro 2015 o Inss o liberou…mas ele só compareceu agora Janeiro 2015.Fez o ASO e o médico não o liberou p o trabalho,desde então não voltou ao trabalho. Qual o seu direito? E devo continuar depositando seus direitos? Não aparece e me entregou nenhuma justificativa do Inss… Como devo proceder?

  3. Regiane Monteiro Diz

    Olá sofri acidente de trabalho em abril de 2014 fui afastada por esse motivo mas com a greve seu houve no INSS no ano 2015 não consegui marcar nova perícia no período legal quando consegui geraram uma nova entrada de benefício mudando o número e com isso tiraram o cód de acidente de trabalho e geraram um afastamento por auxílio doença. Gostaria de saber se isso interfere na minha estabilidade junto ao empregador sendo que foi um erro do INSS tenho Cat para provar o acidente.

  4. Isabel Diz

    Olá era jovem aprendiz, e fui demitida sem justa causa no dia 15 de dezembro, ao me informar que eu seria deligada eles me entregaram um documento com a assinatura da analista do rh, e lá estava descrito que eu seria demitida com aviso prévio indenizado, porém quando fui levar minha carteira de trabalho para dar baixa, eles me pediram para que eu devolvesse o tal documento pois eu seria demitida por termino de contrato, porém meu contrato terminaria apenas 25 de janeiro.

  5. Maria Diz

    Boa noite, gostaria de tirar uma dúvida, estava cumprindo aviso quando descobri que estava grávida, aí meus patrões ficaram muito chateado pois eu ia para outra empresa do mesmo dono. Fiu chingada humilhada e inclusive meu bebê foi chamado de cerzinho e muito mais. Uma semana após tudo isso estava de folga e minha patroa me ligou me tirando meu socego devido uma troca de mercadorias que fiz na loja em que trabalho, não aguento tanta umilhacao. Inclusive trabalho em uma empresa de nome muito conhecida em todo Brasil. Por favor o que fasso.

  6. neide Diz

    Vou me aposentar ano que vem 2016, gostaria que vc me orientassem na seguinte questão:
    -vou parar de trabalhar, gostaria de saber se eu peço a conta ou a empresa me manda embora e me paga os meus direitos inclusive o fundo de garantia + os 40%? Como devo agir, visto que tenho 10 anos de empresa.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Fale com a gente!